Mudanças no comportamento das crianças na quarentena

mudança de comportamento das crianças na quarentena

Muitos pais têm relatado perceber mudanças no comportamento das crianças em meio à quarentena que se estabeleceu por causa da pandemia de Covid-19.

Alguns observaram que os filhos tiveram até mesmo “regressões” no desenvolvimento, como voltarem a fazer xixi na cama, ou mesmo a usarem fralda durante o dia, além de recusa da alimentação e problemas com o sono.

Se esse é o seu caso e você quer entender o que está acontecendo com seu filho e como pode ajudá-lo, continue lendo.

Por que ocorreram mudanças no comportamento das crianças na quarentena?

mudança de comportamento das crianças na quarentena

Além de todos estarmos experimentando certa angústia pela existência de um vírus como o covid-19, as medidas de distanciamento social adotadas para contar a pandemia trouxeram uma série de desafios para as crianças.

Desde a diminuição brusca de atividades ao ar livre e de contatos com pessoas do universo extra-lar, até a mudança em suas rotinas e de seus familiares.

Alguns efeitos observados em pesquisa preliminar feita na China foram:

  • Dependência excessiva dos pais (36%);
  • Desatenção (32%);
  • Preocupação (29%);
  • Problemas de sono (21%);
  • Falta de apetite (18%);
  • Pesadelos (14%);
  • Desconforto e agitação (13%).

Para uma criança pequena, é muito difícil entender racionalmente o significado de uma pandemia. O que as ensina, de maneira profunda e verdadeira, é o que acontece efetivamente no convívio familiar. Isto é, como os membros da família se comportam nessa situação vai ensinar muito mais do que qualquer explicação lógica.

Se a família reage com tranquilidade, estabelece bons hábitos na rotina e mantendo um contato saudável e uma comunicação ativa, a criança sentirá segurança e poderá se desenvolver normalmente.

Todavia, na maior parte das casas, os adultos não estão lidando assim tão brilhantemente com a pandemia. Até porque nós também estamos experimentando sentimentos conflitantes com essa situação.

Como consequência, as crianças vão reagir a essas mudanças na sua rotina e no comportamento dos familiares de acordo com seus próprios recursos. Isso pode se refletir no sono, na alimentação e na forma da criança agir de modo geral.

O que a quarentena tem a ver com a agressividade infantil?

Com toda incerteza, insegurança, medo e instabilidade pelo distanciamento social e mudança na rotina, as crianças podem também apresentar raiva e ansiedade.

Isso pode provocar também um aumento nas suas respostas agressivas. Isso porque os neurônios que controlam as respostas de medo estão mais ativos e reagem como se houvesse um risco potencial à espreita.

Para ajudar essas crianças é muito importante que as motivemos a falar sobre o que estão sentindo e sobre essa situação que estão experimentando.

Ouvi-las vai ajudá-las a ressignificar essas experiências e a criar alternativas para o comportamento agressivo.

Ou seja, não adianta apenas dizer que “não pode bater”, por exemplo. É importante entender qual o motivo da agressividade, demonstrar empatia e oferecer recursos para que a criança libere a raiva e saiba a maneira adequada de agir.

Atenda as necessidades para melhorar o comportamento

Quando estamos vivenciando um estresse coletivo muito grande, como agora com essa pandemia, todos nós, seres humanos, temos a tendência de focar em três necessidades fundamentais:

Relacionamento ou senso de pertencimento

Diz respeito ao vínculo positivo e estável com as pessoas próximas, fazendo-nos sentir aceitos e compreendidos.

Competência

É a sensação de que temos algum controle sobre a situação, podendo cumprir metas e gerenciar os desafios possíveis.

Autonomia

É atendida quando acreditamos em nossa própria capacidade de realizar tarefas e tomar decisões, assumindo as consequências delas.

Portanto, quando você observar uma mudança no comportamento da sua criança neste período de pandemia, verifique se alguma dessas necessidades não está sendo negligenciada.

Como evitar as mudanças no comportamento das crianças na quarentena?

menino com camisa xadrez e boina vermelha

  • Tratar as eventuais regressões (como voltar a chupar dedo ou fazer xixi na cama) com carinho e paciência, entendendo-os como sinais de insegurança;
  • Procurar entender suas reações de birra, manha, carência ou outras como respostas a essa situação de tensão, e não como desafio ao adulto;
  • Estabelecer horários e manter rotinas em casa ajuda as crianças a se sentirem mais seguras;
  • Estimular a realização de atividades físicas (as possíveis no espaço do confinamento), de preferência em horários determinados;
  • Preservar os horários de sono da criança de forma parecida com a de sua rotina normal
  • Proporcionar atividades em família para fortalecer os vínculos, com brincadeiras e atividades que reforcem a união;
  • Manter um ambiente positivo e tornar as atividades do cotidiano (como as refeições, banho, etc) momentos prazerosos para estar juntos;
  • Motivar a manutenção dos laços de amizade da criança, ainda que de forma virtual;
  • Envolver a criança nas tarefas domésticas, de acordo com o indicado para sua idade;
  • Elogiar a criança por atos bem feitos (como manter o silêncio quando lhe foi pedido ou realizar as tarefas solicitadas).

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Certamente, este momento de pandemia não tem sido fácil nem para nós adultos, quanto mais para as crianças. Com paciência e carinho, podemos ajudar nossos filhos a lidar com os sentimentos conflitantes e mudanças trazidas pela quarentena.

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Fonte: Relatório Repercussões da pandemia no desenvolvimento infantil 

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