O que fazer na hora da birra

Pai sem saber o que fazer na hora da birra do filho

Certamente é muito difícil lidar com a birra infantil. Mas aqui neste artigo você verá o que fazer e o que não fazer na hora da birra.

Primeiramente, devemos lembrar que a birra não acontece porque a criança quer testar ou manipular você! Mas sim porque ela está vivenciando um descontrole emocional por causa de uma frustração. Entenda melhor, vendo este artigo.

Portanto, nosso objetivo não deve ser simplesmente eliminar a birra, pois a criança não consegue ter autocontrole sozinha.

Com isso, nós devemos focar em ajudá-la a se acalmar e orientar o seu comportamento para que não machuque aos outros ou a si mesma.

Vamos às dicas!

Não se importe com os olhares alheios

Educar a criança é mais importante do que a opinião das pessoas. Procure não ceder apenas pensando em acabar com o escândalo para não passar vergonha. Então foque no que você quer para a educação do seu filho, independente do que outras pessoas digam ou façam naquele momento.

Eu particularmente, procuro nem olhar em volta quando isso acontece, para não encontrar o olhar reprovador de alguém e me sentir ainda mais pressionada. Procure lidar com o choro ou descontrole da criança, e não com o que as pessoas estão pensando ou falando sobre isso.

Seja empático

mãe acalmando o filho em seu colo para lidar com a birra de forma empatica

 

Ao invés de explodir junto com a criança, mantenha a calma e se abaixe na altura dela para conversar. Procure entender o que a criança está sentindo. Eu sei que o comportamento dela é extremamente desafiador, mas rotular o motivo da explosão emocional como fútil ou não relevante não vai ajudar em nada.

Primeiro, porque, para nós adultos, pode parecer ok ir embora do parquinho ou não comer aquele doce antes do almoço, mas para uma criança, que ainda está construindo o seu ser no mundo, isso pode ser difícil de lidar, comparável à quando nós perdemos o emprego ou queremos adquirir um bem fora do nosso orçamento.

Segundo, porque ao demonstrarmos empatia nos conectamos com a criança e a ensinamos a também ser empáticos com as outras pessoas.

Terceiro, porque ao focarmos no que ela está sentindo, na emoção, podemos ajudá-la a lidar com ela e, aos poucos, a ter mais ferramentas para recorrer em momentos de frustração.

Tenha paciência

Menino gritando fazendo birra

Em alguns casos, pode demorar vários minutos até que a criança se acalme. Com o tempo, ela vai conseguir se acalmar mais rapidamente, graças ao desenvolvimento progressivo do cérebro e ao aprendizado de recursos para se acalmar e para se comunicar.

Procure resolver a birra sem violência

Adulto brigando com a criança por causa da birra

Bater ou gritar com a criança nesse momento só vai aumentar o estresse dela. Apesar de poder funcionar momentaneamente, não vai ensinar seu filho a lidar com o sentimento de frustração, além de passar o mau exemplo de que a violência é uma boa ferramenta para resolver as coisas.

Além disso, os gritos, ameaças e agressões físicas liberam ainda mais adrenalina e cortisol no organismo da criança, substâncias associadas ao estresse.

Nessa situação, a criança não terá mais condições biológicas de ficar quieta ou de ouvir com atenção o que você está dizendo e mesmo aprender qualquer lição que você tente ensinar, uma vez que o cérebro dela entrará em “modo de sobrevivência”.

Se você perceber que está muito estressado ou incomodado com a situação, a ponto de perder o controle, talvez seja melhor se afastar um pouco por uns instantes, ou pelo menos fechar os olhos e respirar bem fundo algumas vezes antes de qualquer ação.

Retomar o seu controle para lidar com uma situação de estresse é o melhor ensinamento que você pode dar para o seu filho.

“Quando você bate é porque acabou sua capacidade de diálogo” (Elisama Santos)

Passo a passo para fazer na hora da birra

Dito tudo isso, segue abaixo um passo a passo do que fazer no momento da birra:

  1. Mude de ambiente

Isso ajuda a criança a tirar o foco daquilo que causou a emoção forte. Você pode dizer: “filho, vamos lá fora tomar um ar para você se sentir melhor“, ou “vamos no banheiro molhar um pouco as mãos (ou o rosto, se ele quiser) para você se acalmar“.

Outra forma de fazer a criança sair do ambiente, como nos ensina a psicopedagoga Isabela Minatel é dizer “Ah, é isso que você quer, então vem comigo.” Você não disse para a criança que você vai dar ou não algo a ela, mas certamente vai conseguir a sua atenção para que saia do ambiente com você.

  1. Nomeie o sentimento

 

Rosto infantil mostrando diversas emoções

Você pode dizer à criança: “Isso que você está sentindo é raiva (ou frustração, ou tristeza, ou angústia)”.

Assim seu filho será capaz de identificar aquela emoção na próxima vez que ela vier e a encontrar recursos para lidar com ele.

  1. Acolha o sentimento

mãe consolando a criança que estava fazendo birra

Sabemos que o comportamento explosivo é reprovável e a criança deve aprender a se comportar de forma menos agressiva quando se sentir com raiva, frustração, etc, mas não é possível evitar os sentimentos, apenas o mau comportamento. É importante mostrar para criança que é normal se sentir assim.

Você pode dizer: “É normal se sentir frustrado em algumas situações”, “Eu sei que isso é legal e entendo que você queira muito”.

Além disso, precisamos aprender a olhar para nossas emoções por outro ângulo. Nenhum sentimento é ruim. Apenas é preciso aprender a melhor forma de direcioná-lo.

A raiva, por exemplo, é importante para que a gente imponha limites aos outros nas nossas relações. Além disso, ela nos impulsiona à ação, ao contrário da passividade.

Por isso é importante ensinar para a criança sobre a raiva. E não só no momento da explosão. Mas antes. Com leituras e historinhas podemos mostrar que a forma como lidamos e direcionamos esse sentimento traz consequências, especialmente quando batemos, quebramos algo ou dizemos palavras duras na hora da raiva.

  1. Divida uma vulnerabilidade sua

mãe e filho conversando sobre seus sentimentos

Isso gera conexão, porque faz a criança perceber que você também não é perfeito, mas que juntos vocês podem encontrar formas mais eficazes de lidar com aquela emoção. Diga algo como “eu também me sinto frustrada às vezes”.

  1. Ofereça algum recurso para se acalmar

 

Mão do adulto acolhendo a criança na hora da birra

Você poder dizer algo como “Quando eu me sinto assim, um abraço me ajuda a me acalmar. Você gostaria de um abraço?”, ou “Quando a gente tá muito bravo, dar uma corridinha pode ajudar. Você quer que eu dê uma corridinha com você?”

Com o tempo e o aprendizado, a criança mesma vai saber quais alternativas a ajudam. Ao final deste artigo há uma lista de opções para aumentar seu repertório. 😉

  1. Ofereça outras opções para aquilo que a criança queria mas não pôde ter

pai consolando o filho que estava fazendo birra

Ao invés de continuar focando no “não” que ela recebeu, ofereça outras opções e lhe dê o direito de escolher.

Por exemplo, vocês precisam mesmo ir embora do parquinho. Espere a criança se acalmar e diga, “quando chegarmos em casa você quer fazer isto, isso ou aquilo?” Isso dará à criança uma sensação de poder de escolha, o que vai aliviar aquela tensão e frustração.

Atenção: não faça barganhas com a criança, dizendo que lhe dará algo para ela parar de chorar. Apenas retire o foco daquilo que causou a frustração.

Outras considerações sobre o que fazer e o que NÃO fazer na hora da birra

  • Tente não demonstrar o quanto você está afetado pelo comportamento dele. Mantenha-se firme no que acredita ser o melhor para a criança naquele momento. Crianças sentem-se seguras quando os pais se mantêm coerentes e fazem aquilo que dizem.

 

  • Não ENSINE ao seu filho no momento da birra. Com o descontrole emocional, a criança será incapaz de absorver qualquer ensinamento no momento. Espere até que ela se acalme.

 

  • Depois que a criança finalmente se acalmou, você pode explicar-lhe o porquê de ela ter recebido um “não”. Também podem conversar sobre a forma como ela agiu e como ela pode agir melhor da próxima vez em que perceber que está ficando com raiva.

 

  • Evite o famoso “sermão”. Se você já recebeu sermão na sua infância ou adolescência sabe por experiência própria o quanto realmente absorvemos quando outra pessoa assume o papel de “sabe tudo” e nos coloca como meros ouvintes.

É recomendável que a conversa com seu filho seja no sentido de gerar conexão. Assuma que você também sente essas emoções, mas que vocês podem juntos pensar em formas melhores para ele lidar com elas numa próxima vez.

 

  • Valorize os acertos. Quando seu filho conseguir se controlar diante de alguma situação frustrante, valorize. Não se trata de fazer elogios esfuziantes, mas sim de observar com ele como foi possível viver aquele momento sem explodir e as consequências positivas que vieram desse autocontrole.

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E me conta aqui nos comentários qual a reação do seu filho no momento de um descontrole emocional.

 

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