Brigas entre irmãos: como lidar? 8 estratégias certeiras

irmãos vivendo sem conflito

 

Será possível acabar com as brigas entre irmãos e ter mais paz em nossas casas?

Bem que a gente gostaria que nossos filhos fossem super amigos e nossa casa uma perfeita harmonia todos os dias, não é mesmo? Mas quem tem mais de um filho dentro de casa sabe: nem sempre é assim!

Seja a disputa por um brinquedo, o lugar no carro, ou a atenção dos pais, há vários motivos que podem levar aos conflitos entre irmãos.

Porém, devemos lembrar que os irmãos são pessoas diferentes, com personalidades, necessidades e opiniões distintas, tendo que dividir o mesmo espaço, mesma mãe, mesmo pai, entre outros itens, o que nem sempre é tranquilo para eles.

E está tudo bem. Não devemos esperar que nossos filhos vivam em perfeito consenso o tempo todo, simplesmente porque isso não é possível. E a verdade é que os conflitos são oportunidades de nos situar no mundo em uma relação, impondo nossos limites ao próximo e mostrando nossas opiniões diferentes sobre determinada situação.

Com isso, o nosso papel enquanto mães e pais a respeito da relação entre nossos filhos não é o de transformá-los em grandes amigos para viverem em harmonia todo o tempo, mas sim o de ensiná-los a tratar um ao outro com respeito e empatia, ensinando habilidades sociais e de comunicação que serão úteis na vida toda.

Veja neste artigo 8 estratégias certeiras para lidar com os desentendimento entre irmãos.

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  1. Só interfira nas brigas entre irmãos quando for realmente muito necessário

Eu sei que quando a gente escuta a briga começando, já queremos intervir. Mas é recomendável que você espere um pouco.

Isso porque, em primeiro lugar, você vai dar tempo para que as crianças possam encontrar sua própria forma de resolver os conflitos. Principalmente se você já dedicou tempo antes disso para ensinar sobre resolução de problemas (vamos falar mais disso em breve!).

Em segundo lugar, essa não intervenção é importante porque um dos principais motivos para as brigas entre irmãos é a disputa pela atenção dos pais. E, quando você interfere imediatamente em qualquer situação de desavença entre os filhos, eles aprendem que essa é uma boa maneira de ter sua atenção!

Então a dica é: só intervenha quando for realmente necessário, isto é, quando perceber que o conflito está se prolongando ou que há agressões físicas graves.

 

  1. Mantenha a calma e ensine as crianças a tomar um tempo para se acalmarem

manter a calma nos momentos de conflitos entre irmãos

Quando for necessário intervir, respire profundamente antes, pois é necessário que você faça isso mantendo-se calma. Se as crianças e você estiverem muito nervosos, diga a elas que vocês vão resolver o problema assim que todos estiverem calmos para conversar.

Você pode indicar formas variadas para seus filhos se acalmarem. Mas o ideal é que já tenham conversado sobre isso antes, combinando o que vão fazer nos momentos mais estressantes. Algumas crianças gostam de ficar no colo até se acalmarem, outras preferem ficar em um local da casa (no próprio quarto ou em um canto escolhido para ser o “canto da paz”), ou beber água, ou dançar.

Cada pessoa é única e tem suas próprias formas de se acalmar. Ajude seus filhos a encontrar o que funciona para eles e incentive-os a usar todas as vezes em que estiver nervoso (ou fazendo “birra”!). Lembre-se que não se trata de “mandar pro quarto”, como um castigo, mas sim uma escolha das crianças para se acalmarem antes de iniciar a resolução do problema.

  1. Não favoreça um ou outro filho durante o conflito

Cada pessoa é única, assim como nossa forma de se relacionar com cada pessoa. Por isso, é normal que a gente se relacione de forma diferente com cada filho, apesar de amar igualmente a todos. Todavia, na hora de uma briga entre os irmãos, não devemos demonstrar qualquer tratamento diferente. É importante que eles saibam que as regras são iguais para todos.

No momento do conflito, é comum a gente acabar tratando os filhos de forma diferente, porque acha que um está mais triste ou mais ferido que o outro, ou porque pensamos que sabemos quem começou a confusão.

Não importa o motivo. Ao tratar de forma diferente um dos filhos, você passará para ele a falsa informação de que conflitos são boas formas de ter sua atenção de forma diferenciada (no caso do filho que foi “beneficiado”) ou terá dúvidas sobre seu amor e o sobre o próprio valor (no caso do filho que foi “prejudicado”).

  1. Não seja juiz tentando decidir quem está certo ou errado

Quando os filhos solicitam nossa intervenção das brigas (gritando: “Manhêeee, fulano fez tal coisa), ou quando acabamos interferindo por perceber que não poderemos ficar isentos, devemos evitar fortemente ser juízes da situação. Nosso papel enquanto cuidadores é mediar o diálogo para que as crianças encontrem uma solução respeitosa para ambos.

Após todos estarem calmos e prontos para o diálogo, você pode pedir para que eles contem como se sentiram com a situação. Se eles começarem com acusações, lembre-os que é hora de dizer como se sentiram e não de encontrar culpados. Insista para que um escute o outro. Depois diga para eles pensarem numa solução para o problema que seja respeitosa para todos.

Se eles não conseguirem pensar em nada. Diga que eles podem ter um tempo para pensar e conversarão sobre isso novamente depois. Com o tempo, e o treino, eles serão capazes de fazer isso sozinhos e sua intervenção vai ser cada vez menos necessária.

Não sendo juiz da situação, nem tratando ninguém de forma diferenciada, as crianças perceberão que brigar não funciona para terem sua atenção ou privilégios, o que é já um é fator para diminuir os conflitos a longo prazo.

Além disso, sendo motivadas a encontrar uma solução respeitosa para a situação ao invés de ter o seu veredicto, as crianças aprenderão habilidades sociais e de comunicação que serão úteis na vida toda!

 

  1. Tenha uma rotina e combinados pré-definidos para evitar disputas entre irmãos

dividir brinquedos é um dos motivos para brigas entre irmãos

Um dos principais motivos para as brigas entre as crianças é a divisão de brinquedos. E uma boa sugestão para eliminar esse motivo, é incluir na rotina um revezamento do objeto que causa mais problemas (como o videogame, a TV, tablet, etc).

Faça combinados de revezamento também para outras situações como: lugar no carro ou atividades domésticas. E não espere se lembrar na hora quem foi o último a ser beneficiado. Combine antes, pré-definindo por exemplo a hora do dia, ou o dia da semana, etc…

  1. Proporcione atividades conjuntas com todos os irmãos

fazer atividades juntos para evitar brigas entre irmãos

Combine com os filhos atividades para fazerem todos juntos, de forma intencional. Não é apenas brincar juntos, o que acontece naturalmente em determinados momentos da rotina. Mas sim algo combinado para acontecer em família.

Eu adoro tradições de família e acho que essa é uma boa oportunidade para incorporar uma!

Pode ser, por exemplo, um jogo em família (jogos de tabuleiro, esportes de grupos), leitura conjunta de livros, (cada filho pode fazer a voz de um personagem, para tornar a leitura mais dinâmica e divertida), um jantar preparado por todos juntos (um descasca, outro corta, outro cuida do forno). Enfim, pode ser qualquer coisa simples e possível.

É legal reforçar o quanto é prazeroso vocês estarem realizando isso em família. E ter uma frequência pré-estabelecida (toda noite, ou todo primeiro domingo do mês), pois assim poderão também combinar revezamento nas funções, para o caso de um filho reclamar que o outro foi beneficiado em algum ponto da atividade.

 

  1. Respeite a individualidade de cada filho e não faça comparações

dedicar um tempo para cada filho ajuda a evitar as brigas entre irmãos

Cada pessoa é única e multifacetada. Cada ser é único nas suas necessidades, nas suas expectativas e interpretações do mundo.

Então evite construir rótulos sobre seus filhos, principalmente comparando um com o outro: o caçula é o mais bonzinho, o mais velho é o mais inteligente, o do meio é o mais arteiro, etc. Além de limitar a criança dentro de uma embalagem pré-definida, você estará reforçando a distância entre os irmãos. Se meu irmão é o tímido, então eu não posso ser tímido.

Então, é aquilo que você já sabe: não compare os filhos um com o outro. Não os prenda em papéis pré-definidos! Trate cada um na sua individualidade!

Não encare a relação dos irmãos como simplesmente ciúmes, mas entenda que a presença de um novo irmão causa uma insegurança no filho mais velho com relação ao amor dos pais por ele, do papel dele na família.

Uma atitude importante para ajudar as crianças a lidarem com essa insegurança é ter momentos de atenção individualizada para cada filho. Sei que esse pedido é difícil de ser realizado, já que muitas vezes não temos tanto tempo quanto gostaríamos para dedicar aos filhos. Mas planeje e combine com as crianças alguma atividade individual entre vocês mesmo que não seja todo dia, pode ser uma vez na semana. Mas que seja um momento que, mesmo sendo breve, uns 10 minutinhos, será de atenção exclusiva para cada criança separadamente.

Isso vai ajudar o filho a ter certeza do seu amor por ele e vai aliviar as disputas por atenção.

  1. Esteja atenta ao bullying entre irmãos

Algum nível de conflito entre irmãos é comum, e, em certa medida, até saudável. Mas temos que estar atentos à sua intensidade.

Infelizmente a prática de bullying entre irmãos é uma realidade bastante comum. Em uma pesquisa realizada na Universidade Clemson (EUA), 75% dos entrevistados relataram ter sofrido bullying por um irmão, e 85% admitiram ter cometido.

Apesar de geralmente visto como normal, a intimidação física ou mental cometida entre irmãos também traz consequências para a saúde mental da vítima e para a relação entre eles.

Para identificar se isto está acontecendo entre seus filhos, esteja atenta a três pontos de alerta:

  1. Se é deliberado: um dos irmãos tem a intenção de machucar o outro fisicamente ou emocionalmente.
  2. Se é repetido: a criança alveja repetidamente o mesmo irmão.
  3. Se há um desequilíbrio de poder: a criança escolhe o irmão que percebe como vulnerável.

 

Mais dicas para prevenir ou impedir o bullying entre seus filhos

  1. Deixe claro, em uma conversa amigável, que a casa é um lugar seguro e que bullying não será tolerado. Se necessário, explique às crianças o que é bullying, adequando sua fala à idade;
  2. Seja exemplo, modelando o comportamento que deseja ver nos seus filhos: evite agir de forma agressiva ou com raiva, mostre o devido respeito para cada membro da família e motive seus filhos a fazerem o mesmo. Pratique essa educação positiva de forma clara e consistente;
  3. Cultive um bom relacionamento com seus filhos;
  4. Ouça seus filhos e valide se eles disserem que estão sendo emocionalmente ou fisicamente abusados de alguma forma – por qualquer pessoa, mesmo um irmão ou irmã. Reforce o conceito de que a casa é um lugar seguro e confiável;
  5. Descubra o que está por trás do comportamento agressivo e não rotule a criança de “malvado” ou coisas do tipo. Talvez a criança esteja em busca de atenção ou sendo intimidada na escola;
  6. Siga todas as dicas anteriores sobre como lidar com as brigas entre irmãos;
  7. Se necessário, procure orientação profissional, tanto para cuidar do agressor quanto da vítima.

 

Duas dicas bônus para evitar os desentendimentos entre irmãos

irmãos abraçados

 

  1. Seja persistente

Não é na primeira vez que você aplicar essas dicas que a paz finalmente reinará em seu lar! Na verdade, é bem provável que o oposto ocorra, pois, quando mudamos nossa forma de agir com as crianças elas tendem a testar para ver se essa mudança é real. Isso é normal, faz parte do desenvolvimento infantil.

Então, não desista! Continue aplicando essas dicas com consistência que vai dar certo.

  1. Não se culpe

Se seus filhos estão brigando muito, ou se, mesmo depois de muita persistência aplicando essas estratégias, seus filhos ainda não tenham se tornado grandes amigos, não pense que o método não funcionou ou que você está fazendo algo errado.

Na verdade, algumas pessoas têm temperamentos tão incompatíveis que nunca poderão ser tão amigas quanto a gente gostaria que nossos filhos fossem.

Com isso, o nosso papel enquanto mães e pais é ensinar nossos filhos a tratar um ao outro com respeito e empatia, ensinando habilidades sociais e de comunicação que serão úteis na vida toda e em todas as relações que eles vivenciarem.

 

Fontes: Jane Nelsen, Disciplina Positiva (livro da capa amarela), mundoemcores.com, Elisama Santos, Patrícia Freixo de Farias, bullyingnaoebrincadeira.com.br, Instituto CNVB, familia.com.br, aveiro123.com.br.

 

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