Qual o papel dos pais na educação dos filhos?

Há mais de 50 anos, são feitos estudos para determinar qual o papel dos pais na educação dos filhos. A conclusão foi de que a forma como os pais educam interfere na formação da criança, tanto no seu comportamento, quanto na formação da sua personalidade e dos seus padrões de relacionamento, isto é, como ela vai se relacionar com outras pessoas.

Se você quer entender melhor como o modo de educar pode influenciar na formação do seu filho, continue lendo.

Estilos Parentais

Esses estudos sobre parentalidade chegaram à definição de 4 principais estilos parentais, isto é, maneiras e práticas que os pais utilizam para educar seus filhos. São eles: o negligente, o permissivo, o autoritário e o estilo participativo. A seguir, vamos entender melhor as características de cada um deles e suas consequências para formação das crianças.

 

1. Estilo negligente: Ausente, Distante, Alheio.

São considerados pais ausentes. Cuidam apenas das necessidades básicas dos filhos (físicas, sociais, psicológicas e intelectuais). Sem nenhum suporte emocional.

Não há definição de regras claras para a criança, então, na prática, os filhos fazem o que querem.

Porém,  quando os filhos chegam ao limite ou quando sentem culpa de sua ausência, esses pais podem controlar exageradamente ou punir.

Este estilo parental geralmente é o mais prejudicial para as crianças, porque elas não recebem a atenção de que precisam para se desenvolverem completamente.

Isso, todavia, nem sempre é intencional. A mãe/pai pode estar passando por muitos problemas, o que acaba colocando o filho em segundo plano.

Os desejos, necessidades, opiniões e emoções da criança muitas vezes passam completamente despercebidos, fazendo com que se sintam indesejados e insatisfeitos.

 

 Qual o papel dos pais negligentes na educação dos filhos?

As crianças educadas dessa maneira tendem a apresentar péssimo desempenho em todas as áreas, com baixos resultados acadêmicos e falta de habilidades sociais.

Podem apresentar atrasos no desenvolvimento, problemas afetivos e comportamentais, como abuso de drogas e álcool, e início precoce da vida sexual.

 

2. Estilo Permissivo: Relaxado, Indulgente, Tolerante.

Os pais permissivos são centrados nos filhos. Fazem tudo por eles e para eles. Desejam ser aprovados e amados e temem a rejeição dos filhos.

Por isso, deixam que as crianças façam tudo que querem e sentem-se o tempo todo culpados por não darem mais atenção aos filhos por causa do trabalho, por exemplo. Porém, diferente do estilo negligente, o permissivo oferece muito apoio e atenção emocional.

Os pais permissivos são também inconsistentes, não oferecem uma estrutura positiva nem direcionamento para o desenvolvimento das crianças. Podem até estabelecer regras e limites, mas não as aplicam, considerando que seus filhos eventualmente irão descobrir seu caminho na vida e aprenderão com seus próprios erros.

 

Qual o papel dos pais permissivos na educação dos filhos?

As crianças educadas dessa forma são incapazes de regular suas emoções.

Tem baixo desempenho acadêmico e apresentam problemas de comportamento, pois não sabem lidar com regras e limites.

Tendem a ser teimosas, rebeldes, provocadoras, cometendo abuso de drogas e álcool, e sendo desrespeitosas com os outros, pois aprenderam que podem e devem experimentar tudo e testar todos.

Apesar disso, podem ter uma boa autoestima, boas habilidades sociais e baixos níveis de depressão.

 

3. Estilo Autoritário: Rígido, Exigente e Desinteressado.

O controle sobre a criança, que deve apresentar uma obediência absoluta e inquestionável, é muito valorizado pelos pais autoritários. Procuram modelar e controlar de forma rígida as atitudes do filho, usando, para isso, de ameaças e punições (verbais e físicas).

Criticar a criança é uma prática constante, pois são pais bastante exigentes e não estão disponíveis para ouvir ou apoiar o filho.

 

Qual o papel dos pais autoritários na educação dos filhos?

As crianças criadas dessa maneira, tendem a não ter problemas de comportamento, sendo quietas e passivas e apresentando um desempenho acadêmico moderado.

Porém, têm péssimo desempenho em habilidades sociais, humor instável, pouco amigáveis, ansiosas, com temperamento infeliz e pouco controle sobre suas próprias emoções.

Se os pais desse estilo forem abusivamente coercitivos, seus filhos podem mostrar hostilidade e agressividade contra figuras de autoridade.

 

4. Estilo Participativo: Solidário, Seguro, Justo.

Pais participativos supervisionam os filhos de maneira firme, com regras e limites claros, porém com incentivo, diálogo e raciocínio acerca dessas normas. Estes pais conseguem adequar a sua atitude à idade, maturidade e motivação específica da criança.

O relacionamento é positivo e a criança tem apoio e estrutura para crescer e se desenvolver de modo integral.

 

Qual o papel dos pais participativos na educação dos filhos?

Crianças criadas por uma disciplina participativa apresentam bom desempenho em todas as áreas, isto é, emocional, acadêmica, social.

Têm boa autoestima, habilidades sociais, são otimistas e resilientes, ou seja, conseguem lidar satisfatoriamente com dificuldades e frustrações.

A psicóloga inglesa Diane Baumrind (1966), que definiu estes estilos parentais, considerava que o participativo é o melhor deles, pois é mais propício para que a criança desenvolva todas as suas potencialidades.

E o que é preciso para que nós consigamos educar dessa forma?

Bom, em primeiro lugar, devemos valorizar em nossos lares o diálogo e a cooperação, ao invés de focar na obediência ou, ao contrário, fazer tudo pelos filhos, sem dar-lhes a oportunidade de desenvolver autonomia.

Por outro lado, é ilusão pensar que seremos pais perfeitos, até porque, a ideia de perfeição é muito relativa.

Então, devemos respeitar a realidade da nossa família e buscar viver um dia de cada vez, aprendendo novos recursos para educar sem violência e olhando também para dentro de nós.

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Aqui neste blog você vai encontrar muito conteúdo que pode te  ajudar nessa jornada, com artigos sobre Criação Consciente, autocuidado, autoeducação, e dicas de recursos não violentos para conseguir cooperação dos filhos! E tudo dentro de uma perspectiva de maternidade real e possível!

 

E aí, conseguiu se reconhecer em algum desses estilos parentais?

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Fontes: Irani Maas Marques e findmykids.org